quarta-feira, 28 de janeiro de 2009

JARDIM JAPONÊS

Seiscentos anos antes de Cristo, já era comum no Japão a adoração de velhas árvores, rios e pedras. É que nessa comunhão com a mãe natureza, estava implícito o respeito aos ancestrais, um dos valores mais marcantes do xintoísmo - a religião oficial da época. Os jardins japonêses tiveram sua origem nos templos, onde cumpriam o papel de representar a Natureza e a irreversibilidade das coisas. No Parque II, em São Lourenço, foi construído recentemente um Jardim Japonês, que com sua beleza plácida e suave veio enriquecer ainda mais nosso Parque das Águas.
O imponente pórtico vermelho é ligado à tradição xintoísta e assinala a entrada de um santuário.
Um Jardim Japonês é cheio de simbolismo, nada esta ali por acaso. A ponte sugere uma viagem mental através da contemplação: atravessá-la, equivale a atingir outras esferas - quase sem sair do lugar.
O bambu é outro componente obrigatório num Jardim Japonês - e carregado de uma simbologia toda especial. O fato de dobrar-se ao vento mas não quebrar, sugere um comportamento que deveria também ser adotado pelo homem: adaptação a situações adversas sem se deixar vencer.
A forma de crescimento do bambu, sempre reta e sem curvas, simboliza a retidão de princípios e a integridade desejável nos membros da sociedade.
O som do vento nas folhas do bambu, e os raios do sol por ele filtrados, são espetáculos tranquilizantes, que elevam o espírito para esferas mais altas.
A água é um elemento fundamental no Jardim Japonês. Seja formando riachos, cascatas, ou lagos, a água espelha a imagem e induz o homem a enxergar-se a si mesmo. Mas também é símbolo de purificação e seu gorgolejar suave, correndo entre as pedras , convida à reflexão.
"Passear por um Jardim Japonês é, acima de tudo, viver momentos de terna ligação com a Mãe Terra e de profunda intimidade com nossa alma".

(Baseado em texto da Revista Natureza)

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

DESCOBRINDO HISTÓRIAS... - Seu Belezinha

De que é feita a história de uma cidade ? Dos grandiosos monumentos ? Das ricas construções ? Das figuras ilustres e dos filhos famosos ?
 Caminhando hoje pelo centro da cidade parei para olhar, mais uma vez, os lindos ladrilhos de uma lojinha ao lado do Hotel Londres.

Olhei a antiga cadeira de engraxate, totalmente ocupada com caixas de sapatos.
Avisei para a senhora atrás do balcão que iria fotografar o lindo piso, nem pedindo licença, confiante que estava na sua autorização.
E lá estava a cadeira me provocando... Pensei: vou fotografar mesmo assim, cheia de caixas de sapatos !

Ao perceber minha intenção a Cida, prontamente, começou a retirar a caixaria, colocando-as em cima do balcão e ainda aceitou posar para mim. Coisas de cidade do interior, onde as pessoas mantém essa gentileza cativante.

Conversa vai, conversa vem, fiquei sabendo que a Sapataria Rápida, existe há mais de 60 anos! E também lembrei que um dia, no longínquo ano de 1954, eu fui lá pegar um sapato que minha mãe deixou consertando, enquanto passávamos férias no Grande Hotel.

Aproveitei para fotografar a foto do Seu Belezinha, pai da Cida, e atualmente com 81 anos, em pleno trabalho artesanal. Certamente ele criou os filhos com seu ofício de sapateiro.

Quantos moradores e turistas devem ter sido atendidos por ele ao longo de toda uma vida...

A história de uma cidade também é feita através de pessoas comuns, que com seu trabalho digno e honrado mantêm os costumes e a tradição de um povo.


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Avisei para a Cida quando a postagem ficou pronta e, tempos depois ela me contou que o pai viu, gostou e ficou emocionado. E eu muito mais...
Algum tempo depois o Seu Belezinha faleceu...
Como foi gratificante para mim ter feito essa simples homenagem no meu quase desconhecido blog, e o homenageado a ter recebido !
São essas coisas que compensam o trabalho de blogueira...

quinta-feira, 8 de janeiro de 2009

CINEMAS X PROGRESSO

"Mas dizem que tudo evolui, e que eu já não sou mais quem fui...", assim diz a letra de uma canção antiga, e neste "evoluir" vamos deixando para trás tanta coisa boa, tantos lugares históricos, tantas lembranças de vidas...

Nos tempos idos São Lourenço chegou a possuir 3 cinemas.
O VOGUE, recentemente transformado em já-não-sei-mais-o-que, embalou meus sonhos de adolescente em românticos filmes de amor. Ir ao cinema era um excelente programa para os turistas em férias na cidade, nos dias em que não havia um baile ou apresentação de mágicos ou músicos nos hotéis.
O SÃO LOURENÇO, depois transformado em pista de boliche, onde muitas vezes fui testar minha péssima exibição esportiva, era mais antigo, e nele assisti ótimos filmes, ainda em menina.
As fotos exibem a bela decoração das paredes e o espaço no fundo onde ficava a tela do Cine ODEON.
Hoje lá funciona um supermercado e, felizmente, conservaram a decoração original.
Segundo informações, esse cinema resistiu até os anos 60, quando foi desativado, talvez devido à construção do cine Vogue.
São apenas deduções, pois não conheço a história dos cinemas em São Lourenço, apenas lembro com carinho das vezes que, apaixonada pela sétima arte, deliciava-me assistindo belos filmes, como por exemplo "O barco das Ilusões", um ótimo musical da década de 1950.
Gostaria de conhecer um pouco mais sobre os cinemas da cidade...

Velhos tempos, belos dias...