quinta-feira, 30 de abril de 2009

PEREGINAÇÃO À NHÁ CHICA

Francisca de Paula de Jesus, chamada de Nhá Chica, nasceu em São João Del Rey, em 26-4-1810, e ainda menina mudou para Baependi, em Minas Gerais.

Dedicou sua vida à fé e a caridade, e usava seus dons de oração, sabedoria e profecia para ajudar o próximo, passando a ser aclamada pelo povo como "A Santa de Baependi".




Sua crença a fez erguer uma capela em devoção à N. Sª da Conceição, em 1865. Nhá Chica faleceu em 14/6/1895.
A antiga capela deu lugar ao atual Santuário, onde Nhá Chica foi enterrada, conforme seu desejo. Em 1991 recebeu do Vaticano o título de Serva de Deus.

Em 1999 foi criada a Peregrinação, de São Lourenço à Igreja de Nhá Chica, em Baependi, um roteiro que já faz parte do "Caminho da Fé na Estrada Real", e do "Roteiro da Fé Católica" (da Embratur) . No dia 1º de maio, aproveitando o feriado nacional, a Peregrinação é realizada com acompanhamento de ambulância da Unimed e carros de apoio, que ficam à postos para qualquer auxílio. Este ano o cálculo é que participem da Peregrinação em torno de 2000 peregrinos.

Em São Lourenço, o artista plástico Marco Aurélio construiu uma interessante capela, em agradecimento a graça recebida de Nhá Chica, e a partir desse ponto começa o roteiro rural.
Percorre-se 33 km, por vias rurais, apreciando belíssimas paisagens. Existem, ao longo do caminho, 26 marcos de sinalização da Estrada Real, e 4 municípios fazem parte do trajeto: São Lourenço, Soledade de Minas, Caxambu e Baependi.
Os peregrinos começam a caminhar ao raiar do dia, e terminam assistindo a Missa do Peregrino no Santuário de N. S. da Conceição, em Baependi, às 14 h.


João Vitor Gorgulho, um dos idealizadores da Peregrinação, quando chegava na Rodoviária de Caxambu (em 2008), um dos pontos de passagem da caminhada.

domingo, 26 de abril de 2009

HOTÉIS - Paraíso

O primeiro hotel que minha família frequentou foi o Silva, hoje Paraíso, e para alegria dos preservacionistas, ele continua com a mesma aparência, salvo as alterações normais, impostas pelos modismos humanos.

Antonio da Costa e Silva, nasceu em 1885 em Portugal, e aos 15 anos fugiu para o Brasil, em busca do Eldorado existente do outro lado do oceano. Lutou, trabalhou e prosperou no Rio de Janeiro. Casou, teve 3 filhos, mas a esposa faleceu muito cedo, deixando-o com os filhos bem pequenos para cuidar. Talvez por essa tristeza toda, Antonio ficou muito doente. O médico aconselhou-o a fazer uso das águas minerais e ele resolveu passar algum tempo em São Lourenço, deixando os filhos aos cuidados de uma irmã.

Hospedou-se no Hotel São Lourenço e, em pouco tempo, Antonio recuperou a saúde.
Izar , filha dos proprietários tocou seu coração e, algum tempo depois, em 1919, casaram-se. Em 1922 construíram o Hotel Silva, um dos primeiros da cidade. Em 1945 Antonio faleceu, tendo conseguido realizar seu ideal de conhecer novas terras e nelas deixar a marca do seu trabalho.

Na foto, Izar e Antonio, certamente na varanda do Hotel Silva.

No Acervo da Casa da Cultura encontrei essa preciosidade : a propaganda do Hotel Silva, recentemente construído !
Muitos hóspedes, e o charmoso carro antigo, na calçada da rua de chão.
Carnaval no Hotel Silva. Foliões fantasiados e muita serpentina enfeitando a grade no teto da varanda.
O sempre-lembrado Hotel Silva, atualmente é o Hotel Paraíso, e possui agradável área de lazer com piscina e jardins.
A varanda, com o atual piso de ardósia, mantém as mesmas grades no teto. Comparem com a foto do carnaval.

Para quem admira História, como eu, o Hotel Paraíso é um refrigério e um alento. É poder, ainda, conhecer pessoalmente um pedaço da história inicial de São Lourenço. Visitar o hotel que foi construído por Antonio e Izar, em 1922, é voltar à década de 1920 e imaginar como seria viver em tempos tão antigos. Com um pouquinho de imaginação dá até para ouvir, por exemplo, Teu cabelo Não Nega (Castro Barbosa), Com Que Roupa (Noel Rosa), ou Tahi (Carmen Miranda), sucessos do Carnaval de 1930...

"Rendemos nossas homenagens aos atuais proprietários que nada mudaram na arquitetura antiga. Sensibilidade que merece aplauso !" (Teresinha Villela)

(As informações sobre o Hotel Paraíso foram retiradas do livro Nossa gente, nosso orgulho, de Teresinha Villela, e as fotos antigas podem ser admiradas no Acervo da Casa da Cultura)

domingo, 19 de abril de 2009

DIA DO ÍNDIO - 2009

A CARTA DO CHEFE INDÍGENA SEATTLE (1854)

Resposta do cacique Seattle ao Presidente Americano F. Pierce, que tentava comprar as suas terras. Um exemplo sublime de conscîencia Holística e Ecológica. Uma denúncia à ganância do homem branco, cioso de seu intelecto. Um grito contra a injustiça dos que pensam ter o direito sobre a terra, excluindo seus semelhantes e outros seres vivos. Um apelo ao humanismo:


"Os rios são nossos irmãos, saciam nossa sede. Os rios carregam nossas canoas e alimentam nossas crianças. Se lhes vendermos nossa terra, vocês devem lembrar e ensinar para seus filhos que os rios são nossos irmãos e seus também. E, portanto, vocês devem, dar aos rios a bondade que dedicariam a qualquer irmão


Rio Verde, em São Lourenço, ainda cercado de muito verde. E que assim permaneça eternamente...

"Não há um lugar quieto nas cidades do homem branco. Nenhum lugar onde se possa ouvir o desabrochar de folhas na primavera ou o bater de asas de um inseto. Mas talvez seja porque eu sou um selvagem e não compreendo. O ruído parece somente insultar os ouvidos. E o que resta de um homem, se não pode ouvir o choro solitário de uma ave ou o debate dos sapos ao redor de uma lagoa, à noite? Eu sou um homem vermelho e não compreendo. O índio prefere o suave murmuro do vento encrespando a face do lago, e o próprio vento, limpo por uma chuva diurna ou perfumado pelos pinheiros. "


Lindo Arco-Íris observado da minha varanda. Suavemente ele ilumina os campos verdes.


"O ar é precioso para o homem vermelho, pois todas as coisas compartilham o mesmo sopro: o animal, a árvore, o homem, todos compartilham o mesmo sopro. Parece que o homem branco não sente o ar que respira. Como um homem agonizante há vários dias, é insensível ao [seu próprio] mau cheiro. (...) "Portanto, vamos meditar sobre sua oferta de comprar nossa terra. Se nós a decidirmos aceitar, imporei uma condição: O homem branco deve tratar os animais desta terra como seus irmãos.

Bando de garças, ao entardecer, voando para o Parque das Águas, onde passam a noite. Lindo espetáculo nas tardes de São Lourenço.


"A TERRA NÃO PERTENCE AO HOMEM, É O HOMEM QUE PERTENCE À TERRA".



quinta-feira, 9 de abril de 2009

IGREJA MATRIZ DE SÃO LOURENÇO MÁRTIR


Em 1932 São Lourenço contava com pouco mais de 1.500 habitantes, e possuia uma Igrejinha no alto da colina, pequena e simples - a Ermida Bom Jesus do Monte. Nesse ano Frei Egídio foi transferido do Rio de Janeiro para S. Lourenço.


Formou-se uma comissão para trabalhar com ele na edificação da nova Casa do Senhor:
Dr. Humberto Sanches, Dr. Joaquim Ferraz Ribeiro da Luz, João Lage, Coronel Manoel Dias Ferraz e José Bacha.

Na foto, a bela igreja de São Lourenço, tendo à frente a imagem de S. Francisco, no pátio do estacionamento.

Essa comissão foi aprovada pelo Bispo D. Inocêncio, a 9 de outubro de 1933.

Na foto, a beleza da cúpula totalmente pintada com imagens sacras.


Frei Egídio tinha pressa em iniciar as obras, e chamou Camilo Rampinelli, construtor competente e seu amigo.

Na foto, detalhe da linda fachada.

Escolhido o local, os Irmãos Dutra doaram todo o serviço de terraplenagem, iniciado a 3 de outubro de 1933 e terminado a lº de dezembro do mesmo ano.

Na foto, arcos e a imponente porta.

De linhas arquitetônicas admiráveis, o projeto da nova matriz foi executado pelo engenheiro Ismael de Souza.

Na foto, pode-se observar a beleza da madeira da porta enorme.

A 17 de março de 1935, Frei Egídio celebrou no local a primeira missa. O altar foi armado em uma barraca.

Na foto, a torre e o céu sempre azul de São Lourenço.


Nesse dia foi lançada a pedra fundamental, tendo como paraninfo de honra o Dr. Getúlio Vargas, Presidente da República que compareceu acompanhado de sua esposa, D. Darcy Vargas.

Na foto, coloridos vitrais atrás do altar.

Bonita por dentro e por fora, a Igreja Matriz de São Lourenço Mártir é um local a ser admirado por sua imponente arquitetura e ricas pinturas internas.

Na foto, as imagens recobertas com pano roxo durante a quaresma.

Texto extraído dos livros:
- São Lourenço - a feliz cidade, de Tereza de Jesus Vallejo Oliveira
- Nossa gente, Nosso Orgulho, de Teresinha Maria Silveira Villela

 http://paroquiasaolourencomartir.com.br/